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Decoração zen - A arte no budismo e hinduísmo

As artes visuais foram de extrema importância para a disseminação e compreensão do budismo e hinduísmo ao longo dos séculos. Através de representações artísticas em pinturas e esculturas enriquecidas de iconografias e símbolos sagrados manifestaram histórias, conceitos e propósitos a que a figura se destina - seja ela um Buda com uma determinada postura ou a personificação de uma divindade hindu.

O desenvolvimento de uma arte zen requer do artesão não só o conhecimento profundo da história e do papel exercido pela deidade ou a finalidade do símbolo, mas a assimilação da intenção em cada entalhe e pincelada, honrando sua energia.

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A arte budista é rica em iconografias que atuam como metáforas do processo de iluminação.

A imagem de Buda na origem da arte budista era considerada divina, portanto, era anicônica, sem ilustração gráfica, ou manifestada de forma simbólica através elementos dos ensinamentos búdicos como a roda do dharma (dhamacakra ou roda da lei), a árvore de Bodhi, a flor de lótus, a pegada do Buda (buddhapada) e os leões fu.

As esculturas como conhecemos hoje, que compartilham ensinamentos de Buda conforme o semblante, a postura e o gesto entoado, foram elaboradas a partir do século II d.C., cuja incorporação dos traços humanos (antropomorfia) na representação figurativa ocorreu em referência às lendas e a trajetória de Siddhartha Gautama.

Com o tempo, as esculturas budistas foram aperfeiçoadas e influenciadas pela arte grega, desenvolvendo um sincretismo greco-budista, para que a obra de arte refletisse com riqueza de detalhes e delicadeza a sutileza e paz espiritual de Buda. A expansão do budismo no mundo proporcionou a fusão com outras influências artísticas e a consequente diferenciação da representação em cada cultura onde a arte atua como metáfora para o seu caminho de iluminação.

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Budas com traços humanos apareceram no séc. I em referência à Siddartha Gautama.

A arte hindu também reúne uma série de ícones na figuração de suas divindades, cuja ação manifestada e os elementos que compõem a imagem traçam um conjunto de narrativas que exploram a personalidade, a energia potencial e as lendas atribuídas aos deuses hinduístas. Os traços das deidades enfatizam suas características divinas de onipresença e onipotência.

As esculturas hindus não só transmitem conteúdos dos Vedas e Upanishads, mas exploram através do simbolismo microcósmico, sempre correspondente ao macrocosmo, a busca de quatro princípios: Kama (prazer e sexo), dharma (vida ética e virtudes), artha (riqueza e prosperidade) e moksha (libertação e autoconhecimento).

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As divindades do panteão hinduísta são as manifestações de Brahma, espírito universal.

As artes decorativas têm como base o princípio universal, Brahma, entidade suprema manifestada sob formas diferentes para que as pessoas possam encontrá-lo e acessá-lo de acordo com suas necessidades e crenças. Não obstante, a religião é considerada henoteísta, havendo a crença em um deus aceitando a existência de outros.

As divindades hindus mais importantes do panteão figuram na arte como Shiva (a força destrutiva para fazer renascer), Vishnu (a preservação do universo), Brahma (a criação), Ganesha (a proteção) e Dewi ou Durga (a guerreira, a forma ativa).

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A representação divina com traços humanos mostra a essência: o divino está em nós.

Tanto o budismo quanto o hinduísmo abraçam o conceito de que o poder divino está em cada um e que para acessá-lo é preciso se comprometer com a espiritualidade. Essa percepção é tão presente que as divindades são constituídas com características humanas, ainda que mais desenvolvidas, como a multiplicidade de braços e cabeças, por exemplo, para reforçar seus poderes sobre-humanos.

Através da arte decorativa as memórias destas culturas ricas em simbolismos permaneceram presentes com o desenvolvimento das sociedades e foram transmitidas ao longo dos séculos para todo o mundo. Mandalas, máscaras, fontes de água e esculturas foram ressignificadas na decoração de interiores para que saibamos acessar as energias e criar um espaço zen em nosso próprio templo que é a nossa casa.

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Namastê!

Milene Sousa - Arte & Sintonia

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